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Na passada sexta-feira, cumprindo a tradição, dirigi-me ao Rivoli, um enteado da actual CM Porto, que, qual gata borralheira, lavou a cara e engalanou-se para acolher a inauguração da 31ª edição do FantasPorto.
Nestes largos anos de Fantas vi muitos e bons filmes, uns menos bons e outros autênticas banhadas. Há um em particular que me marcou: um filme asiático, biográfico que retratava a vida de uma mulher, que não foi bafejada pela sorte. Muito resumidamente: nasceu cega, aos dois anos ficou surda e na véspera do seu casamento faleceu-lhe o noivo, entre outras desgraças.
O problema é que, a certa altura, todo aquele drama transformou-se em comédia: quanto mais uma tragédia se abatia sobre a protagonista, e recorde-se era uma história real, mais gargalhadas surgiam na plateia. Por muita compaixão que se possa ter há sempre um limite dramático a partir do qual é necessário usar um escape, uma gargalhada ou um pequeno aparte, de forma a tornar em última análise a vida suportável.
Bem sei que isto não é nada de novo: é até uma das regras básicas da dramaturgia, cujas regras infelizmente não acompanham a vida real, caso contrário haveria um número bem mais elevado de entregadores de pizza.
Em contrapartida esta regra também funciona ao contrário: a comédia a transforma-se em tragédia. Razão pela qual já não me rio quando olho para a situação actual do Sporting.
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