Quanto dinheiro traz para os Estados Unidos? Trabalha no seu país? Traz cartão de crédito? São casados? São amigos? Quais os nomes dos seus amigos? Quantos dias vão ficar? E acham que esse dinheiro chega para esses dias? O que faz o seu amigo? Alguma vez esteve nos Estados Unidos? Qual o objectivo desta visita?
Estas foram algumas das perguntas que eu e a Sofia ouvimos na fila do lado do controle do passaporte. Imediatamente pensei, pronto, esquece a América, vou voltar para trás, não vou responder a isto. Para além das perguntas ainda tiravam uma foto e ficavam com todas as nossas impressões digitais. Inspirei fundo e tentei não pensar muito nisto. Chegada a nossa vez o inspector apenas perguntou se éramos um casal e se estávamos lá para a passagem de ano. Ao ver o meu passaporte o inspector viu que me chamava Seabra e aconselhou-me o Seabra's Restaurant em New Jersey. Duas filas diferentes, dois interrogatórios diferentes. A nossa aventura em Newark demorou certamente mais de uma hora. Impossível. Sete horas de voo, uma hora no aeroporto, 45 minutos à espera de autocarro, mais de uma hora de viagem para Nova Iorque e ainda apanhar o metro para casa. Ufa...
No regresso tivemos de tirar as botas no check-in. As botas! Uma senhora dizia que por segurança não se importava de descalçar. Eu ainda brinquei a dizer que o pior era as minhas meias. Ela não ouviu ou ignorou-me. Mas choca-me que a sociedade esteja num ponto em que de uma bota se possa fazer uma arma e como tal toca a cheirar o cholé de toda a gente antes de sair do país. É uma prenda de despedida estranha. Acho...