Ao ler este texto, interroguei-me sobre o que eu aprendi na escola.
Sempre me causou alguma perplexidade observar como a leitura obrigatória, em geral, conseguiam arruinar o gosto, o gozo que se devia retirar dessas obras.
As aulas não deviam, nem devem, ser divertidas nem fáceis. Observar, porém, a forma como era leccionada literatura, sem paixão, com leitura em voz alta de passagens, usualmente as menos interessantes, com esquemas e quadros continua a causar-me calafrios.
Obras primas sem alma, reduzidas a sumários da Europa-América, o que corresponderia a ensinar que a quinta sinfonia do Beethoven inicia-se com três "sol" e um bi bemol.
Longe de mim estar a culpar os professores, mas, ao longo do caminho, a Escola perdeu o rumo: deixou de ter como objectivo ensinar para passar a ser uma simples preparação para exames.