Um dos episódios que marcaram as últimas eleições foi a dificuldade que alguns eleitores tiverem para obter o novo n.º de eleitor após a emissão do cartão do
cidadão em virtude das falhas nos serviços electrónicos, dificuldade que felizmente não tive.
No entanto, para mim este episódio é sobretudo um exemplo perfeito de um dos maiores problemas que temos em Portugal: a falta de responsabilização pessoal. Enquanto isto se passava toda a gente queixou-se do Governo, da sua incompetência, e foram pedidas demissões. Eu não quero defender o Governo e é verdade que as entidades competentes deviam ter acautelado estas situações, mas e o Povo, pá!?
Não foram eles que, como bom português, deixaram essa consulta para a último segundo antes da votação, não foram eles que se esqueceram em casa da carta que foi enviada pela Direcção-Geral de Administração Interna com o n.º de eleitor após a emissão do cartão do cidadão*.
É altura de sairmos da saia da Mãe-Estado sob pena de continuarmos a ser tratados como crianças, sempre ansiosos de uma figura tutelar. É altura de crescer como sociedade e como cidadãos para que o resultado não seja este: dois autocratas no poder.
* Não sei onde a guardei mas não culpo os outros pela minha incúria.