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Dois Olhares

"Wovon man nicht sprechen kann, darüber muß man schweigen."

Sim, gosto de frio. Não "per si". Gosto de frio porque me permite sentir quentinho. Hum...mas antes que este texto se transforme numa redacção da quarta classe, vou dar a palavra a Melville:

 

"Eu digo: para realmente se desfrutar de calor, uma pequena parte de nós deve estar fria, pois não há qualidade neste mundo que exista sem contraste. Nada existe em si. (…) Por esta razão, um quarto nunca deve ser equipado com aquecimento, que é um dos desconfortos de luxo dos ricos. Para alcançar o apogeu deste prazer é necessário ter apenas o cobertor entre nós e o ar frio exterior. Então estará deitado como uma faísca calorosa, no coração de um cristal árctico. "

 

 

Na tradição deste blog transcrevo o texto escrito há cerca de 12 anos:

 

Presépio, não acham um objecto estranho. Reparem bem nas suas características:

 

- Tem um bebé todo nu, ao centro, deitado em palhas (aqui a doutrina divide-se porque a escola de Lisboa acha que está estendido, enquanto que a escola de Coimbra considera que está deitado) o que em pleno Dezembro, com o frio que está, não deve ser nada agradável.

 

- De um lado tem a mãe e do outro o padrasto completamente vestidos. Porque é que não emprestam um pouco de roupa ao bebé?

 

- A mãe não devia estar também deitada? Acabou de passar por um parto e o bebé até é grande (ou será que não está à escala?) deve estar cansada, coitada?

 

- O padrasto está apoiado com o pau. Será que usou o pau para bater na Maria, ora se ela estava casada com ele e teve um filho que não é de ele apenas pode significar uma coisa: ele é cornudo! O diabo também tem cornos e está vermelho de raiva. Será coincidência? Mas para além disto, o José é mesmo coitadito porque é casado e ainda nada porque a Maria é virgem!

 

- Temos ainda um burro e uma vaca! Ora aqui é que está a parte inteligente do presépio! As pessoas costumam explicar aos filhos que estão lá para aquecer o bebé. Ora se tivesse muito frio ele não estava nu! Na verdade, estes animais são o alter-ego da Maria e do José. Basta pensar um pouco: o que é que nós chamamos a uma mulher que está casada com um e tem um filho do outro? Uma vaca! E o que nós chamamos a alguém que acredita na história que foi o Espírito Santo que lhe engravidou a mulher e que ela continua virgem? Um burro!

 

PS: Porque é que há muitos presépios com neve? Alguém alguma vez viu nevar em pleno deserto!

 

PSD: Este artigo não quer ofender de qualquer forma as crenças das pessoas.

"In this world, shipmates, sin that pays its way can travel freely, and without passport; whereas Virtue, if a pauper, is stopped at all frontiers."

- Herman Melville

 

Enquanto que Espanha, Portugal, Grécia e Chipre "oferecem" visas a estrangeiros que invistam no mercado imobiliário, a Amnistia Internacional acusa os "os países europeus de se assemelharem a uma "fortaleza" para se proteger dos refugiados sírios, que apenas estão a receber "em números lamentavelmente baixos."

 

 

“...I give you the mausoleum of all hope and desire...I give it to you not that you may remember time, but that you might forget it now and then for a moment and not spend all of your breath trying to conquer it. Because no battle is ever won he said. They are not even fought. The field only reveals to man his own folly and despair, and victory is an illusion of philosophers and fools.”

 

- Faulkner

O post anterior do "regressado" ao blog JSP, lembra-me aquela velha anedota romena, que poderá ser o nosso futuro daqui a 30 anos:

 

"Dois velhotes, antigos colega de escola, encontram-se no avião de Nova Iorque para Paris e fazem o recenseamento da turma. O Miguel? Ginecologista em Milão, já vai na terceira mulher. O Costa? Tem uma refinaria na Venezuela, solteiro. O Mário? Morreu, coitado, com uma infecção esquisita, na Algéria. O André? Em Israel, director de um banco. O Hugo? Engenheiro em Basileia, cinco filhos. Mas e o João? O João ficou no mesmo sítio, no Porto. Admiras-te? De todo! O João sempre foi aventureiro."

“...will be words of sound only, and though they may amuse the ear, they cannot inform the mind”

- Thomas Paine. “Common Sense.”

 

O discurso político que privilegia o som - os soundbites - não informa, desinforma, corrói a confiança. A duplicidade multiplica-se: a cobardia mascara-se de responsabilidade, os esforços dos outros são para continuar e por muitos anos; o insucesso transforma-se em sucesso.

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