Neste fim-de-semana Cristiano Ronaldo marcou um golo de calcanhar enquanto que Messi concretizou um livre do outro mundo. Poucas coisas fazem mais pelo desporto do que uma boa rivalidade: Ali vs Frazier; Federer vs Nadal; Magic vs Bird1; Senna vs Prost; Armstrong vs Ullrich; Gretzky vs Lemieux. A rivalidade funciona como um catalisador de superação constante, que levam os atletas a atingir níveis elevados durante muito mais tempo.
A rivalidade não existe unicamento no desporto, nas artes é possível encontrar alguns exemplos: Lizt vs Chopin; Gaugin vs Van Gogh; Picasso vs Matisse. No entanto, aqui mais importante do que o rival é a musa inspiradora, que tanto podem ser imaginárias como as Tágides de Camões ou bem reais como a Maud de Yeats ou ainda como a maior musa do Rock Pattie Boyd, ex-mulher de Eric Clapton e de George Harrison, que inspirou três das melhores músicas de sempre: "Something"; "Layla" e "Wonderful Tonight".
De facto, todos nós precisámos de rivais, de musas que nos ajudem a ser um pouco melhores todos os dias, evoluirmos. Se o fizermos apenas por nós seria apenas vaidade, um acto narcísista, um autêntico onanismo do ego. Por isso não entendo esta nova moda do uso de aloquetes como prova de amor eterno -um amor fechado, estático, preso numa ponte.
1 - Jordan procurou ao longo dos anos descobrir um rival à altura. Depois de Wilkins tentou Drexler até que desistiu e foi jogar baseball.