Neste fim-de-semana senti orgulho em ser portista. O quê?! Sentir orgulho após dois resultados deploráveis: uma derrota contra uma equipa da quarta divisão europeia; e um empate e exibição paupéria, sem imaginação e estofo de campeão.
Costuma-se dizer que a verdadeira personalidade revela-se, não em alturas de sucesso, mas em tempos de dificuldade e infortunío, quando as marés de azar batem à nossa porta.
Ora, o Porto, no jogo contra o Olhanense, teve, segundo os entendidos, duas grandes penalidades a seu favor que não foram assinaladas: uma discutível mão na bola de Mexer (infelizmente parece que actualmente tudo que toca na mão é falta) e uma falta do mesmo Mexer sobre o Hulk.
Pese embora estes incidentes, não ouvi, quer de parte da estrutura quer de quase a totalidade dos adeptos, qualquer referência a estas duas penalidades (e ainda bem que assim não o foi) cinjindo-se as críticas ao funcionamento da equipa, à falta de garra e confiança, à inoperância do treinador.
Outros clubes menores teriam-se agarrado, com unhas e dentes, a estas duas penalidades para branquear o desaire. Os treinadores e dirigentes teriam levantando suspeitas e cabalas, sombras do sistema ou outras histórias de embalar a fim de ludibriar os seus adeptos, assinalando causas exógenas como origem dos maus resultados.
Essa atitude de desresponsabilização faria apenas eternizar a crise, os jogadores não sentiriam a necessidade de correr mais, jogar melhor porque no fundo a culpa era dos arbítros. Mas o verdadeiro campeão não é assim. O verdadeiro campeão vai buscar a cada dificuldade força para lutar mais e melhor, a cada injustiça mais vontade de se superar.
Isto é ser Porto! E foi por isto que senti orgulho.