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Não há criança/adolescente que nunca tenha ouvido um "porque sim". Esta frase irritante, que poderia adoptar diversas formas (ex: porque eu mando), marcava o fim de qualquer discussão, todos os argumentos esbarravam nesta intransigência do poder paternal.
No entanto, este poder é marcadamente autoritário, um despotismo iluminado e é conveniente que assim seja, pelo que uso regado deste instrumento não é so necessário como imprescindível para o bom funcionamento da família.
Sucede que se vive actualmente um período de "porque sim" na política. As medidas diariamente anunciadas revestem um manto de inevitabilidade, o que esvazia qualquer debate possível.
Ora, um sistema democrático saudável não pode proceder desta forma, descurando a argumentação ou partindo de uma conclusão falaciosa, que é a inexistência de alternativas.
Se numa primeira instância esta estratégia pode colher frutos, a médio e a longo prazo provocará uma erosão das bases da democracia, porque estará a excluir do debate público todos aqueles que discordam do caminho traçado. Estes olharão para o sistema como algo ineficaz a necessitar de uma profunda reparação pelo que o tentarão combater ou refundar externamente (ex: os movimentos a favor de uma democracia mais directa).
Em tempos de crise, conta contigo. Ou a música dos doismileoito que não me sai da cabeça.
Se a discussão política em Portugal é unanimamente apelidada como pobre, se existe uma visão redutora da classe política como sendo todos iguais, a verdade é que estes também não ajudam a desmistificar esta noção.
Um partido político que se candidata com um programa específico assente no corte de gorduras de estado, no fim a uma maior tributação da população e numa suposta verdade, conforme é visível neste pequeno vídeo, não pode, chegado ao poder, lançar todas estas promessas às urtigas.
Um partido político quando se candidata está a fazer uma espécie de contrato promessa com o eleitorado, que o escolhe no pressuposto de ver essas medidas implementadas. Sucede que ao ser celebrado esse contrato havia por parte do PSD reserva mental, porquanto reservava para si a intenção de não cumprir o acordado.
A democracia apenas poderá subsitir enquanto tal se aquilo que for sufragado corresponder às políticas que efectivamente são aplicadas, sob pena de se transformar numa lotaria, numa farsa.
"Ficamos insensíveis ao custo humano de determinadas políticas, aparentemente racionais, especialmente se formos avisados que as mesmas irão contribuir para uma prosperidade global e consequentemente para o nosso interesse individual." - Tony Judt
As medidas de austeridade anunciadas pelo nosso Primeiro-Ministro foram apelidadas de corajosas e de inevitáveis.
Se os filmes do Jackie Chan ou do Arnold me ensinaram algo, esse algo foi a definição de coragem. Nos filmes destes "heróis" nunca os vi enviarem para a luta os que estavam a proteger, enquanto ficavam atrás a assistir.
Na 1ª Guerra Mundial, os generais que ordenavam investidas atrás de investidas contra as linhas inimigas, munidas de artelharia pesada, ficando um rasto de mortos e feridos na terra de ninguém, enquanto ficavam nos seus gabinetes, na rectaguarda, não eram de certo corajosos.
Por outro lado, admitindo que estes cortes eram inevitáveis, como foi devidamente apregoado, como se poderia considerar essa medida corajosa quando não haveria outra solução. Coragem será seguir um caminho supostamente inevitável? Seguir a estrada mais percorrida, sem imaginação ou um qualquer golpe de asa, é visto agora como um acto corajoso.
Mas e será que não haveria?
Ora, de acordo com o Conselho Europeu de 21 de Julho um país que cumpra integralmente integralmente o acordo de assistência financeira continuará a beneficiar do apoio das instituições internacionais mesmo que, no final do acordo, tenha dificuldades de acesso aos mercados financeiros internacionais.
Se assim é porque é que foram tomadas medidas que vão muito além do que foi acordado com a Troika?
É preciso ter coragem para fazer este embuste.
In the most immediate sense, productivity is determined by:
Average productivity can improve as firms move toward the best available technology; plants and firms with poor productivity performance cease operation; and as new technologies become available. Firms can change organisational structures (e.g. core functions and supplier relationships), management systems and work arrangements to take the best advantage of new technologies and changing market opportunities. A nation's average productivity level can also be affected by the movement of resources from low-productivity to high-productivity industries and activities.
National productivity growth stems from a complex interaction of factors. As just outlined, some of the most important immediate factors include technological change, organisational change, industry restructuring and resource reallocation, as well as economies of scale and scope. Over time, other factors such as research and development and innovative effort, the development of human capital through education, and incentives from stronger competition promote the search for productivity improvements and the ability to achieve them. Ultimately, many policy, institutional and cultural factors determine a nation's success in improving productivity.
fonte Wikipedia
And here, according to Trout, was the reason human beings could not reject ideas because they were bad:
“Ideas on Earth were badges on friendship or enmity. Their content did not matter. Friends agreed with friends, in order to express friendliness. Enemies disagreed with enemies, in order to express enmity.
“The ideas Earthlings held didn’t matter for hundreds of thousands of years, since they couldn’t do much about them anyway. Ideas might as well be badges as anything.
“They even had a saying about the futility of ideas: ‘If wishes were horses, begars would ride.’
“And then Earthlings discovered tools. Suddenly agreeing with friends could be a form of suicide or worse. But agreements went on, not for the sake of common decency or self-preservation, but for friendliness.
“Earthlings went on being friendly, when they should have been thinking instead. And when they built computers to do some thinking for them, they designed them so much for wisdom as for friendliness. So they were doomed. Homicidal beggars could ride.”
Kurt Vonnegut, "Breakfast of Champions or Goodbye, Blue Monday"
Para mim o Windows morreu na versão 98. Na altura o meu pai tinha comprado um g3, ou g4, já não sei bem, que vinha com o sistema mac os 9 e com os programas do iLife. Lembro-me na altura de achar incrível poder editar no iMovie uma viagem de férias pela europa e de seguida gravar no iDvd esse mesmo filme com menus que pareciam profissionais. Lembro-me de ter visto pela primeira vez um computador a trabalhar em dois ecrans. E por fim, conheci o premiere, apaixonei-me por edição e assim escolhi o meu caminho académico e profissional. Em 2003 comprei o meu primeiro mac, um iBook, e começou assim uma febre pela marca.
Esta febre foi, e é, muito complicada de gerir dado que os meus valores não se dão muito bem com a necessidade do material. Mas esta febre era não pela marca, mas pelo homem. O Steve deu uma cara, um sentimento, um ideal a uma marca. E as pessoas aderiram. Eu aderi. Foi o melhor vendedor de produtos. De produtos que funcionam. Mais do que isso, a ele se deve a Pixar. A responsável por eu gostar hoje de animação. Cinema e tecnologia para ver esse cinema ligadas ao mesmo homem. Genial.
E one more thing, as keynotes dele foram brilhantes. Vi-as religiosamente como se do melhor filme se tratasse.
O Steve mudou tudo.
Ikebana é a arte japonesa de composição floral que privilegia a utilização da assimetria e do espaço livre, uma característica essencial. Um arranjo floral desconstrutivista em que o mais importante não está no que existe mas no que não existe; uma concepção minimalista em contraponto com o enfâse nas cores e na abudância de elementos dos arranjos florais ocidentais.
Os produtos da Apple, os produtos criados por Steve Jobs (budista) são, na sua essência, a aplicação do espirito de Ikebana à tecnologia.
Os críticos de Jobs sempre o acusaram de não ser um verdadeiro inventor mas um mero plagiador porquanto todos os seus produtos eram versões renovadas dos produtos que já existiam: o famoso Xerox Alto, os leitores mp3, os telemóveis com ecrâ tactil, ou os tablets.
Na verdade, o sucesso de Jobs, e a sua verdadeira mais-valia, baseia-se na arte de retirar o acessório e manter o essencial - tirou-nos o leitor de disketes, os modems de dial-up, os leitores de dvd, flash, firewire, etc - enquanto que todas as outras empresas procuram adicionar um sem número de novas opções, que acabam por ficar esquecidas no meio de inúmeros menus.
Da mesma forma que Ikebana procura unir o homem com a natureza, Steve Jobs procurou que a tecnologia estivesse sempre ao serviço do homem, da sua criatividade. E ele lá conseguiu uma e outra vez.
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