Saturday Sun
Neste Sábado cheio de chuva nada melhor do que isto:
No passado Domingo, pela primeira vez, utilizei a ex-scut A28. Hoje, nos CTT, paguei a minha utilização. Aí está, em todo o seu esplendor, o conceito tão caro ao nosso bloco central: o conceito utilizador/pagador*. Eu sei, eu sei..fui um coninhas. Nunca seria incomodado: o envio de uma carta interpelatória excederia o montante da dívida. E, ao não a pagar mostraria ao Poder o que eu acho das suas portagens com câmaras. E vontade não me faltou: aquelas câmaras todas a recolheram informação dos meus hábitos domingueiros põe-me doente...Mas, ao fim e ao cabo, não consegui.
É que, no fundo, a culpa é nossa, população do Norte. Armados aos pingarelhos quisemos identificar a via como sendo "A28" em vez de a continuar a chamar "IC1", o seu verdadeiro nome.
Reparem como os habitantes de Sintra, em virtude de continuarem a chamar IC19 à via que os liga a Lisboa, continuam sem a pagar, apesar das inúmeras obras de requalificação efectuadas.
Conclusão: o marketing é fundamental.
*O que não se costuma referir nesta discussão é que o Imposto de Circulação e parte das taxas de gasolina encontram-se adstritas precisamente para estas despesas, enfim.
Em Novembro de 2005, escrevi isto em lugar próprio:
A cena do Casablanca em que, em plena França ocupada, num café, o povo consegue, através da sua emoção, ao cantar a marselhesa, calar os militares alemães que cantavam o seu hino, é algo que me sempre emocionou.
Apesar de ser ficcional, é simbólico da atitude cívica dos franceses, ao contrário dos portugueses que são indiferentes. Em tempos de crise não receiam e lutam pelo que acreditam, desde a luta dos agricultores contra os nobres no Antigo Regime, passando por Maio de 68 e, terminando com os acontecimentos actuais.
A França, pátria dos direitos do homem, é e foi o motor das grandes alterações sociais do ocidente. E, neste momento, é necessário uma nova alteração social. A busca incessante do lucro, que transformou a China na fábrica do mundo, e com isso, o esvaziamento da capacidade produtiva da Europa e o consequente desemprego crónico, precisa de ser eliminado como fundamento societário. É necessário uma nova perspectiva sobre a vida, um visão mais tolerante, mais solidária, mais abrangente.
Acredito, numa perspectiva hegeliana, que a antí-tese actual se irá transformar numa síntese mais de acordo com a dignidade humana, chamem-me sonhador!
Passados cinco anos, verifica-se que o panorama não se alterou significativamente. A mais medidas restritivas contrapõe-se uma postura resignada. A imutabilidade e inevitabilidade impregnam-se nos nossos espíritos, alicerçados numa cultura de medo. A liberdade é posta em causa. Muitos erroneamente restringem o espectro de liberdade apenas à liberdade de expressão. Ela, porém, é muito mais do que isso.
Quando concedem isenções nas portagens apenas aos detentores de chips tiram-nos liberdade. Quando são retirados apoios sociais, e a saúde e educação estão dependentes das condições económicas individuais a liberdade restringe-se. Os cidadãos não são mais livres, ficam dependentes dos patrões. O emprego, cada vez mais, é visto como uma benesse destes que, no alto da sua magnanimidade, pagam o ordenado mínimo, sendo que, muitas vezes, nem isso se os "colaboradores" forem "prestadores de serviços".
Nada é inevitável a não ser a morte. O Mundo é feito de pessoas, por pessoas e para as pessoas. É altura de lutar!
Faz todo o sentido uma vez que existe uma forte afinidade entre mineiros e o clube encarnado. Ambos têm nos túneis o seu ganha-pão.
Para participar não é necessário preencher nenhum formulário nem pagar qualquer inscrição: basta aparecer! E, ao contrário destas corridas/caminhadas, a sentada não vai ser patrocinada por multinacionais pelo que não haverá, infelizmente, t-shirts nem bonés promocionais.
Ao mesmo tempo, vai realizar-se, especialmente para os miúdos, a mini-sentada, o que corresponde a um ratio de 30s sentado a 3 horas de saltos, correrias e gritos.
- "Vamos lutar contra as corridas de fim-de-semana de manhã!"
- "Deixem-nos dormir em paz e sem pesos na consciência!"
- "Passa a mini!"
Serão algumas das palavras de ordem desta sentada.
Henry David Thoreau disse: "Under a government which imprisons any unjustly, the true place for a just man is also a prison". Liu Xiabao foi condenado a 11 anos de prisão por ter sido o principal redactor do manifesto "Carta 08":
Este ano é o 100.º aniversário da Constituição Chinesa, o 60.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o 30.º aniversário do Muro da Democracia e o 10.º ano desde que a China assinou a Convenção Internacional dos Direitos Civis e Políticos. Depois de experimentar um prolongado período de desastres dos direitos humanos e uma tortuosa luta e resistência, os cidadãos chineses estão cada vez mais e com maior clareza reconhecendo que a liberdade, igualdade e direitos humanos são valores universais comuns compartilhados por toda a humanidade, e que a democracia, a república e o constitucionalismo constituem o arcabouço estrutural básico da governança moderna. Uma "modernização" ausente destes valores universais e deste arcabouço político é um processo desastroso que priva os homens de seus direitos, corrói a natureza humana e destrói a sua dignidade. Para onde a China se encaminhará no século XXI? Continuará uma "modernização" sob este tipo de autoritarismo? Ou reconhecerá os valores universais, assimilados em comum nas nações civilizadas e construirá um sistema político democrático? Esta é uma decisão fundamental fundamental que não pode ser evitada. Afirmar que Liu Xiabao não fez nada merecedor do prémio quando por mais de 20 anos lutou por direitos fundamentais pacificamente e que por essa luta foi, por diversas vezes, preso é inefável.
Relativamente às pressões dos EUA, o PCP parece o SLB mas em vez de acusar o FCP de todos os males acusa os EUA. Liu foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2010 por Václav Havel, o décimo-quarto Dalai Lama, André Glucksmann, Vartan Gregorian, Mike Moore, Karel Schwarzenberg, Desmond Tutu e Grigory Yavlinsky, que, como de certo sabes, são todos perigosos imperialistas. Acresce que não faz sentido, a história comprova isso, os EUA quererem uma China democrática. Uma China autocrática é um muito melhor parceiro comercial. Nem vou falar das divisas americanas que a China comprou e continua a comprar permitindo o financiamento dos EUA.
Finalizando, que tipo de pressões sofreram o painel de noruegueses para que fossem obrigados a entregar o Nobel da Paz ao dissidente chinês? Não compravam mais bacalhau? Um dos países mais ricos do Mundo, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, sofreram pressões dos EUA? Os mesmos que sofreram pressões para atribuir o Nobel a Al Gore quando o presidente dos EUA era Bush, um acérrimo defensor do aquecimento global, aposto! E que pressões sofreram os Repórteres sem Fronteiras quando em 2004 lhe entregaram o prémio Fondation de France, por defender a liberdade de imprensa.
Os prémios Nobel da Paz nem sempre fazem sentido, concordo. O atribuído ao Obama foi uma aberração. Mas daí a ser efectuada a acusação que o PCP fez é tentar esconder a realidade, retira credibilidade ao PCP e, não percebo, como se pode concordar com tal comunicado.
PS: Quanto à afirmação que atribuis ao Liu apenas digo que todos têm frases infelizes da mesma forma que Partidos têm comunicados infelizes!
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Ao contrário do camarada de blog CRG, estou de acordo com o comunicado do PCP sobre o nobel da paz. O comunicado não fala sobre se a China é ou não comunista, apenas diz que o nobel corresponde a "pressões económicas e políticas dos EUA à República Popular da China". Concordo plenamente. Independentemente do que penso ou deixo de pensar da China, concordo com a afirmação. E olhe-se para trás, para Obama, Al Gore ou Shirin Ebadi, e vê-se como anda o nobel da paz. Já para não falar que o premiado, Liu Xiaobo, tem aquelas afirmações polémicas de que o que a China precisa é de 300 anos de colonialismo. Ou seja, o homem pode estar injustamente preso, pode ser vítima da ditadura, pode ser tudo o que quiserem. Mas nobel da paz? Porquê?
Camaradas, lá porque alguém apregoa o comunismo não quer dizer que não esteja a dizer coisas à toa, sim? E quando olho para este comunicado vejo um oftalmologista que me atira areia aos olhos e que tem poeira na vista.
Nota: Livre adaptação de letra de Sérgio Godinho.
Quando a televisão privada surgiu em Portugal trouxe a esperança de tornar o país mais liberal, mais plural. Trouxe a esperança de melhorar a qualidade. A esperança de alternativa sólida à RTP. E quando as emissões se iniciaram, foi mesmo isso que trouxe, foi uma lufada de ar fresco. Mas infelizmente isso rapidamente mudou. Hoje a SIC representa o pior da televisão. A SIC foi, e é, responsável pelo piorar constante da qualidade televisiva. A SIC foi responsável por uma baixa de preços no mercado e, consequentemente, uma pior qualidade de produtos. A SIC é a voz do PSD. A SIC não é independente. A SIC está a fazer mal à nossa democracia. Longe vão os tempos em que, ao ver as imagens do link do youtube, dizia-se : Viva a tv privada em Portugal!
A Comissão Nacional para as comemorações do centenário da República teve uma tarefa complicada: justificar a comemoração, e suas despesas, numa altura em que as instituições e economia estão em crise.
De facto, quando vemos os nossos lideres políticos a comportarem-se como os miúdos d' "O Senhor das Moscas" a tentarem apaziguar a Besta dos mercados com medidas de austeridade, torna-se difícil ficar entusiasmado com a República.
Faltou, porém, nestas comemorações discutir a ideia de coisa pública e, sobretudo, a ideia de sociedade.
A instauração da República francesa é o marco histórico que finaliza o Antigo Regime, que destruiu a ideia de uma estratificação estática da sociedade.
O individuo nasceu. As pessoas deixaram de serem vistas pelo prisma da classe (povo, nobreza, clero) a que pertencem. Iniciou-se o longo caminho da igualdade, da igualdade perante a lei e perante outros.
No entanto, este parto não se fez sem dores: as angústias individuais - o conflito entre a multiplicidade infinita de possibilidades e os limites de cada um -, a necessidade de pertença, a anomia. Desde essa altura que se tem assistido a um exacerbamento do culto do indivíduo, romperam-se os laços comunitários e de solidariedade. O resultado é uma sociedade mais egoísta.
E é precisamente em tempos de crise que o egoísmo é mais extremo e o "outro" é o alvo primordial. Sucede que na sociedade actual a inexistência destes laços todos são os "outros". Neste paradigma a União Europeia é posta em causa, a unidade de alguns países também o é (Bélgica). Haverá futuro numa organização baseada na solidariedade e união de povos? Enquanto isso a sombra de extrema-direita paira sobre toda a Europa alcançando um cada vez maior protagonismo.
Por esta banda discute-se as vantagens do princípio utilizador-pagador. De acordo com este princípio seriam os marinheiros a pagar o preço dos submarinos. Ultrapassada esta hipérbole, dá gozo ouvir os defensores deste princípio contar que não consegue entender como é que ele, felizmente tendo posses, paga uma ninharia pelo exemplar serviço hospitalar que usufruiu. Aqui vai uma ideia maluca: façam uma doação! A sério é possível e aposto que o Hospital agradece.
Hoje, está complicado trabalhar. Vêspera de feriado e depressão pós concerto U2 unidos, é pior que a união entre a CGTP e a UGT.
Vi o FC Porto a ganhar a liga dos campeões e já assisti a um concerto dos U2 ao vivo, agora já posso morrer em paz!
Escolher um template para o blog é como ver a sic notícias todos os dias. As caras mudam mas ouve-se sempre o mesmo.
Sabia que queria um template em branco. E depois de ver vários onde todos parecem iguais cheguei a uma conclusão: sapo, pá, trata de arranjar templates decentes.
Outra coisa irritante é a colocação de imagens. Dantes era possível redimensionar as fotos vindas de um url. Agora não? Vamos levar o blog para o blogger ou wordpress?
A Heidi Klum deixou de fazer parte da women's secret. E eu também queria colocar uma menina no blog...
1) Reparei agora que algumas imagens e vídeos do youtube foram cortados neste novo template. Ai!
2) Solucionado. Mas enfim, pouco prático sapo.