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Dois Olhares

"Wovon man nicht sprechen kann, darüber muß man schweigen."

Enquanto o Jorge viajava pela velha Albion, eu, mesmo sem DeLorean, embarquei numa cápsula do tempo e fui directo ao passado.
Num fim de tarde de domingo frio e ventoso, embrenhei-me nos corredores labirínticos, muitos sem saída, do Shopping Center Brasília. O seu ar quase imutável, desértico – esperava a qualquer momento que surgisse, levada pela brisa, uma bola de feno – fez-me recordar.
A cada dobrar de esquina, a cada montra vazia, memórias brotavam, algumas que presumia estarem esquecidas. Frases sem importância surgiam vivas como se tivessem sido proferidas naquele momento. Os meus pés reconheciam aquelas passagens soturnas e claustrofóbicas que invocavam outros tempos, tempos de glória, tempos de enchente.
Passeei, ainda, por mais alguns minutos entre as recordações, até que, aturdido e desorientado, regressei ao presente.
Como tenho alguns dons escondidos adivinhei que o menino Jorge dentro em breve irá 'blogar' sobre a sua experiência em Londres. ( Reparem como eu pude adivinhar, no passado, uma acção que ainda não aconteceu e à qual me refiro no futuro... O Jorge irá, certamente, negar que, no futuro, a acção em causa ia ocorrer , ou seja, tornar-se no presente.)

Enfim...

Em minha defesa, e do CRG, que, como eu, nunca esteve em Londres, quero dizer que nós não somos esse tipo de turistas. Não somos gente de ir na Ryanair para Londres e andar a contar os pence. Na, na! E também não queremos saber dessas coisas de Sol em Londres, aliás isso só pode querer dizer que o Jorge se enganou na cidade. Onde é que já se ouviu falar de Sol por aqueles lados? E se tal improbabilidade deveras aconteceu, e eu duvido, a experiência perdeu todo o espírito londrino. E se vens para aqui dizer que não foi caro, aí sim, perderás toda a credibilidade! ;)

Se dúvidas houvesse, eu estou com dor de côto e, por associação e solidariedade, o CRG também.

Em defesa da verdade (e dos bons costumes), devo adiantar que quando formos a Londres, que iremos, será um mero lugar de passagem. Assim tipo uma semaninha antes de ir a NY, não é CRG? Não é?...

Ainda bem que gostaste, Jorge! ;) Aguardo mais pormenores e até algumas dicas. *
Antes de tentar acrescentar algo a este último tema que parece ser o da idade - coisa rara para jovens de 24 anos (pronto Jorge, quase 24!), tenho de fazer dois pequenos apontamentos:

1 - Admiro a capacidade do CRG que sempre pondera muito bem antes de escrever e que pensa e articula as ideias para as transmitir, nem sempre com elevada exactidão mas sempre com a síntese que o caracteriza. É esta qualidade que sempre me intimida quando tento dar seguimento ao que aqui se escreve, a minha resposta tende a ser muito pessoal e imediata ou impulsiva. O que escrevo hoje e agora poder-se-ia não aplicar se escrevesse uns dias ou apenas umas horas mais tarde.

2 - E agora um puxão de orelhas; - Sim senhor, menino Jorge! Acha bonito? É que eu não acho nada bem que se repitam conteúdos em blogs distintos. Se queres participar neste, pelo menos brinda-nos com ideias diferentes. Aliás, nem te peço tanto, só gostava que não repetisses posts porque não acho nada bem. E tu, que és da área da produção artística/cultural, mais cuidado devias ter. Ou achas que as audiências se satisfazem com esta repetição insípida? Merecem mais! Vá lá, nós sabemos que tens algo em ti, solta-o cá para fora, até porque tempo livre nao te falta. ;) (Ui! será que fui sarcástica ou irónica?!)

Posto isto irei então escrever sobre algo que ainda não está definido mas que tentará dar algum seguimento aos posts anteriores e, como tudo que escrevo ou digo, não passará de uma opinão pessoal, influenciada por sabe-se lá o quê.

Parece-me que o pesar dos prós e contras de cada situação é algo louvável, mostra que temos dois dedos de testa e que nos preocupamos com as acções que queremos ou não tomar. E conhecendo um pouca da tua vida, não sei até que ponto te limitaste à inércia CRG. Eu cá acho que o nosso cérebro tem coisas fantásticas e se não escolheste até agora foi porque não querias escolher e aquilo a que tu chamas de inércia tem muito de acção e de livre-arbítrio. 

O Jorge fala em envelhecer eu gosto mais de 'construção de pessoa'. ;) E uma das coisas que tenho vindo a aprender é que tentar escolher um determinado caminho é, muitas vezes, um desperdício de tempo. Percebo agora que grande parte das minhas decisões foram tomadas imediatamente e todo o moroso processo que depois se seguiu não passou de um exercício racional através do qual queria justificar a minha decisão emocional e, em alguns casos, fazer a devida argumentação lógica aos progenitores preocupados.

Por estes dias continuo a pensar sobre as assuntos antes de escolher, admito, contudo, que me preocupo mais com as coisas práticas do quotidiano porque nessas é que é importante pesar os prós e contras: para saber se isto é um bom negócio ou se aquilo é um bom investimento. Será que encontrarei algo melhor se procurar mais?

Fora isto, todas as outras questões são decididas impulsiva e momentaneamente e apenas porque num terminado nanosegundo da minha existência, o meu cérebro me fez crer que aquela seria a opção correcta. Se a intuição é cerebral, imagino que haja alguma lógica em tudo isto, se não é , não sei bem em que tenho baseado o rumo da minha vida nos útimos tempos.

Continuo sem saber se há opções correctas ou erradas mas neste percurso que é a minha construção de pessoa, alguma coisa devo ter feito bem, especialmente porque deixei de pensar obsessivamente nos meus tempos de primária. Durante muito tempo acreditei que aquele tinha sido o melhor período da minha vida, actualmente acredito que esse período ainda vai chegar...

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