Há uns tempos, Pacheco Pereira contava que muitas vezes lhe perguntavam: "haverá uma revolução?". Se no início da crise existiram algumas manifestações violentas na Grécia, a verdade é que estas foram diminuindo de intensidade à medida que a austeridade foi fazendo mais vítimas.
Pode parecer paradoxal mas como escreve Manea, a vítima ganha gradualmente cepticismo e resignação.
Neste momento, a emigração de portugueses não é só geográfica. Os que ficam procuram ignorar a esfera pública. Fogem da "cacofonia política". Tentam apenas sobreviver, ansiando um tempo sem acontecimentos.
Portugal tornou-se num país de exilados.