No nosso subconsciente encontram-se alojados Statler e Waldorf, os rabugentos dos Marretas, sempre preparados a inundar em cada momento o nosso pensamento com interpretações cínicas sobre o que vivenciamos.
Por esta razão a cada apelo ao espírito olímpico somos recordados do doping, dos boicotes políticos, da violência, da corrupção, dos erros dos juízes. Exemplos que mancham a história das olimpíadas que a colocam bem longe do seu espírito imaginado.
No entanto, o importante é a existência de um ideário a que se aspira. Em todos os outros aspectos da vida este tornou-se obsoleto, em vias de extinção, sufocado por um realismo cínico que perante a incapacidade de atingir um determinado objectivo prefere desistir e procurar objectivos mais simples, concretos.
E é por isso que adoro os Jogos Olímpicos. Eles não mudam o mundo, não o tornam num lugar melhor, parafraseado uma má frase publicitária, porém de quatro em quatro anos e durante duas semanas por mais falhas que padeçam o espírito está lá presente.