"Por detrás daquela porta de vidro era o México", pensei eu - finalmente havia chegado. Caminhei os últimos metros com muita expectativa, o corredor alongava-se a cada passada. A porta abriu-se:
"Ah, é isto o México?" - a cor cinza do betão, do asfalto confundia-se com a do céu, o sol de certo encontrava-se retido na alfandega, mas isto teria que melhorar.
No exterior amontoavam-se cartazes com nomes como se fossem anúncios de pessoas desaparecidas. Rapidamente e sem grande esforço encontrei com muito melhor aspecto do que suspeitava a carrinha que me iria levar ao hotel.
Mais um percurso, mais uma viagem agora pelas auto-estradas mexicanas. O entusiasmo já me tinha abandonado com a primeira refeição no avião. A única coisa que queria era chegar. E quem diz que o melhor da viagem não é o destino mas o percurso devia ser largado no meio do deserto sem água, queria ver se não ia mudar de ideias quando chegasse finalmente a um oásis.
No México, como em todos os países sem falta de espaço, as estradas são desenhadas com régua e esquadro. Resultado não há curvas, apenas uma enorme recta. Uma enorme recta interpolada por lombas numa frequência demasiado elevada - provavelmente a única forma que as autoridades têm de evitar massacres nas estradas - e ladeada por pequenas tascas anunciado pepsi ou coca-cola, por pequenas e humildes casas térreas meio construídas, ah e por resorts de luxo.