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Dois Olhares

"Wovon man nicht sprechen kann, darüber muß man schweigen."

Eleições complicadas estas. O vazio de ideias deixou este que vos escreve sem saber se no Domingo iria ou não remodelar a casa toda. Não creio que os candidatos tenham toda a culpa desta má campanha. Chamar àquilo que aconteceu nas televisões de debates é um insulto. O facto dos media quererem saber do BPN também já só tem o interesse de uma xica da silva (só interessa quando houver mesmo nudez). Por isso, andei os últimos dias deprimido, cansado, sem dormir, a faltar ao trabalho, tudo para encontrar em quem votar:

 

O Coelho é menos palhaço do que o que dá a entender, mas isso não lhe dá o meu voto. Dá-me um sorriso na cara.

 

O Nobre é um ser humano detestável e à custa dele não dou mais cêntimos à AMI. Ele é de esquerda ou de direita, é contra ou a favor do orçamento? É a favor da redução do número de deputados, medida populista à caça de votos. Ele que enfie a migalha da galinha onde quiser.

 

O Moura encostou Cavaco. Fiquei empolgado. Mas depois assumiu-se como socialista cristão, defendeu este governo e pronto. Puff.

 

O Lopes é o que terá o meu voto. Porque é o único contra o orçamento. Porque é o único de esquerda. Porque soube dizer que não demitiria o governo só por discordar, esgotaria todos os poderes do Presidente antes de chegar a tal cenário. No entanto, acho esta aposta do PCP má. Não porque não goste do homem, que gosto, mas porque estas eleições mereciam uma cara forte. Um Carvalho da Silva, por exemplo.

 

O Alegre... O Alegre... Vá-se lá perceber. Às segundas, quartas e sextas contra Sócrates. Às terças, quintas e sábados a favor de Sócrates. Domingo deve ir caçar.

 

O Cavaco não fala, quando fala não sabe falar, mente, diz uma coisa e outra, assume-se não político quando foi ministro das finanças, primeiro-ministro e presidente. Diz que não tem responsabilidades nesta crise quando estava no poder no tempo dela. Cavaco nem para presidente do condomínio.

 

Se houver uma segunda volta, e se essa volta for Alegre e o Cavaco, votarei Alegre. Mas não é um voto por, é um voto contra.

 

E pronto, já posso voltar a dormir. Remato dizendo que fui ver o filme "José e Pilar". Magnífico! Devia ser visto por todos. Da esquerda à direita, por ateus ou totós, todos devíamos estar orgulhosos do Saramago. E esquecendo tudo o resto, o voto nunca deveria ir para o Cavaco só pelo facto de por ele o nosso Nobel ter saído do país.

 

 

 

Há uma clara contradição nas eleições em Portugal: nunca se vota para a eleição em si. Senão vejamos: para as europeias vota-se contra a actuação do Governo; para as legislativas vota-se no PM; para as autárquicas vota-se para reduzir a população prisional; no caso das presidenciais vota-se, quando possível, no PR em funções.

 

Sucede que, por força da constituição, nem sempre é possível votar no PR em funções. Nessas ocasiões escolhe-se para um órgão representativo alguém que se apresenta com ideias de governação: basicamente existe um desfasamento entre as aptidões apresentadas e o cargo, procura-se um porteiro e apresentam-se a votos supostos "governantes".

 

 

 

 

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