Eddie Key, personagem de "Breakfast of Champions", foi o escolhido pela sua geração para memorizar toda a história da sua família. Ele, como receptáculo deste conhecimento, sentia que era um veículo, um veículo para o futuro da sua herança geneológica, e que os seus olhos eram um pára-brisas através do qual os seus antepassados, caso quisessem, podiam observar o mundo.
Numa época de individualismo e de, ao mesmo tempo, uniformização e globalização de costumes e regras, de aplicação de modelos descontextualizados do tempo e local, sob o pretexto de uma alegada sofisticação superior (veja-se como o Hallloween tem ganho importância entre nós), as raízes culturais e a história comum dissipa-se. O indíviduo atomiza-se, torna-se numa ilha, não existe sentimento de pertença. E, sem esse sentimento há indiferença perante a res publica, o bem comum.
Torna-se imprescindível, não um regresso às origens, mas um relembrar das raízes, da cultura de cada povo, gritar como o homem do leme perante o Mostrengo:
"Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;"