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De acordo com a Federação Portuguesa de Atletismo o Futebol Clube do Porto não podia contratar esta atleta...
Mas esta já podia...
PS: Os meus queridos leitores julgaram encontrar aqui um erro crasso porquanto a atleta referenciada como podendo ser contratada pela secção de atletismo do Futebol Clube do Porto pratica triatlo. Ora, esta modalidade, como é óbvio, encontra-se sob a égide da Federação Portuguesa de Triatlo, não tendo qualquer relação com a Federação Portuguesa de Atletismo.
No entanto, esta comparação foi propositada para comprovar como a medida da FPA é perfeitamente irracional: até é possível proceder à contratação de uma atleta de triatlo desde que esta tenha nacionalidade portuguesa!
Há uma cena no filme "Os Dias da Rádio", em que o alter-ego do Woody Allen é sovado repetidamente pelo pai, mãe e rabi, sendo que, cada um deles, arroga-se a titularidade exclusiva de tal acto.
O português, que deve ser o povo que mais "bate" no próprio país: não respeita os espaços públicos; critica o que aqui se faz, sempre terminando com um "só neste país"; mas, como as personagens do filme, indigna-se quando um não-português faz o mesmo.
O problema é que Portugal deixou, há muito tempo, de ser um país, de trabalhar para um objectivo comum, um desígnio nacional. Vivemos para as aparências e para o Guiness: desde a maior ponte da Europa ao maior bolo-rei do mundo (o que explica os inúmeros tabus do Presidente Cavaco); obcecados pelo o que é dito sobre nós no estrangeiro.
E, quando essa aparência, o único orgulho que nos resta, é beliscada, é o aí jesus* com e-mails de indignação e petições a proibir a entrada no país destes "hereges".
Os "patriotas" não sabem, ou não querem perceber, que uma piada normalmente vai buscar estereótipos, exageros: os católicos não têm milhares de filhos, nem as mulheres dão ao luz enquanto trabalham, mas foram assim retratados pelos Monty Phython.
Se querem colocar petições e mostrar a vossa profunda indignação: olhem para o estado do nosso património cultural, os monumentos abandonados sem qualquer preservação; olhem para os números da pobreza; olhem para a desertificação que conduzirá a um novo sahara.
Com tanto motivo de indignação deixem-se de novelas, sim?
* Não confundir com o "aí Jesus" que vai existir quando o FCP se sagrar penta-campeão.
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