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Na tradição deste blog deixo novamente o texto escrito há cerca de 10 anos, bem antes do Papa ter despejado o burro e a vaca):
Presépio, não acham um objecto estranho. Reparem bem nas suas caracteristicas:
- Tem um bebé todo nú, ao centro, deitado em palhas (aqui a doutrina divide-se porque a escola de Lisboa acha que está estendido, enquanto que a escola de Coimbra considera que está deitado) o que em pleno Dezembro, com o frio que está, não deve ser nada agradável.
- De um lado tem a mãe e do outro o padrasto completamente vestidos. Porque é que não emprestam um pouco de roupa ao bebé?
- A mãe não devia estar também deitada? Acabou de passar por um parto e o bebé até é grande (ou será que não está à escala?) deve estar cansada, coitada?
- O padrasto está apoiado com o pau. Será que usou o pau para bater na Maria, ora se ela estava casada com ele e teve um filho que não é de ele apenas pode significar uma coisa: ele é cornudo! O diabo também tem cornos e está vermelho de raiva. Será coincidência? Mas para além disto, o José é mesmo coitadito porque é casado e ainda nada porque a Maria é virgem!
- Temos ainda um burro e uma vaca! Ora aqui é que está a parte inteligente do presepio! As pessoas costumam explicar aos filhos que estão lá para aquecer o bebé. Ora se tivesse muito frio ele não estava nú! Na verdade, estes animais são o alter-ego da Maria e do José. Basta pensar um pouco: o que é que nós chamamos a uma mulher que está casada com um e tem um filho do outro? Uma vaca! E o que nós chamamos a alguém que acredita na história que foi o Espirito Santo que lhe engravidou a mulher e que ela continua virgem? Um burro!
PS: Porque é que há muitos presépios com neve? Alguém alguma vez viu nevar em pleno deserto!
PSD: Este artigo não quer ofender de qualquer forma as crenças das pessoas.
Conheci na primeira classe aquele que iria ser um grande amigo meu, vamos chamá-lo Dromedário. O Dromedário andou comigo até ao nono ano na mesma turma e na mesma escola até ao 12º. No décimo mudei para um agrupamento que não o dele e conheci o companheiro de blog, o CRG. Foi com o CRG que comprei a Aparição na feira do livro do Porto. Não tinha por hábito ler os livros obrigatórios do secundário, sempre me irritou a obrigatoriedade. Mas a Aparição foi lida em duas tardes. Nunca tinha devorado um livro daquela maneira.
Estou a dizer isto à nossa professora de Latim (professora essa que era a Dromedário, mãe do Dromedário) e ela recomenda-me o Cartas a Sandra. Empresta-me o livro e mais um vez é devorado em pouco tempo. Chegado ao fim deste livro, era obrigatório ler o Para Sempre. O Cartas era a conclusão deste. E o Para Sempre marcou-me. Como mais nenhum até então. Chorei, fiquei perturbado, não pensei noutra coisa durante semanas. Depois deu-se a loucura e comprei e li todos os livros do Vergílio Ferreira.
Os anos passam e na faculdade empresto o livro a uma amiga minha. Fico anos sem ver o livro. E de repente, no facebook, um amigo meu que só conheço graças ao CRG, vamos chamá-lo Oregãos, escreve no seu perfil um texto do Vergílio Ferreira. Isto dois dias antes do aniversário da minha amiga que tinha o meu livro.
Enfim, tudo isto para dizer que o livro está de volta à minha mesinha de cabeceira, que é um bom livro, leiam-no, e pronto, estou de volta ao mundo do Vergílio. E em seguida vou passá-lo à minha companheira, vamos chamá-la Diminutivo, que antes de me conhecer andou na faculdade com o CRG. E não, não foi o CRG que nos apresentou.
Digo sempre que só não faço música porque não tenho tempo. Mas quando finalmente tenho tempo digo que não faço música porque não consigo escrever como o José Mário Branco ou o Fausto. E vou desistindo. Por isso, fico irritado quando vejo que bandas como os Mumford and Sons fazem coisas como esta:
Não há prémio, galardão ou mera listagem dos melhores ou piores que não provoque discussão, repúdio ou a simples desconsideração. O grau destas reacções são proporcionais à importância dos prémios. E por isso não deixa de ser natural que os Nobeis e Óscares estejam sujeitos a uma maior critica que, por exemplo, os globos de ouro da Sic.
Apesar disso concordo com as criticas à entrega do Nobel da Paz à União Europeia. Numa altura em que a acção e omissão da União Europeia estão a originar fome, miséria e divisões ao arrepio dos seus ideais fundadores e quando é um espaço político com cada vez menos democracia, chegando o Presidente da Comissão Europeia, o inefável Durão Barroso, a avisar a Itália que as eleições não podem comprometer reformas (sic) não é possível retirar outra conclusão que não a de que o Mundo está em muitos maus lençóis.
O PCP é um alvo fácil de caricatura: os seus anacronismos, como os termos usados nos seus discursos; a sua rigidez interna perante opiniões dissidentes; a sua intensa militância.
A simples menção do seu nome acaba por descredibilizar as ideias acertadas que teve e tem: nos anos 90 foi a única força parlamentar a alertar os efeitos nefastos da destruição do tecido produtivo português (agora relembrados pelo nosso PR).
E se é verdade que o regime comunista falhou - um regime que se embarrica para evitar a êxodo dos seus cidadãos é um regime falhado - não significa que devam ser atirados para o lixo todos os seus ensinamentos, até porque os países que souberam da melhor forma aliar o sistema capitalista ao sistema comunista (países nórdicos) conseguiram não só atingir níveis elevados de prosperidade e riqueza como manter a igualdade social e liberdades individuais.
O zeitgeist actual assente no individualismo, no empreendedorismo, na busca do lucro, considera que a ideia de um estado social, com vista a uma sociedade mais justa, com mais direitos e menos desigualdades, é uma causa perdida. No entanto, como Jimmy Stewart disse em "Mr. Smith goes to Washington" as causas perdidas são as únicas pelas quais vale a pena lutar.
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