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Dois Olhares

"Wovon man nicht sprechen kann, darüber muß man schweigen."

Ao ler que a PT vai patrocionar a estação de metro Baixa-Chiado, lembrei-me de Infinite Jest: o Estado para angariar dinheiro vendia o nome dos anos, desta forma, em vez de 2004 ou 2005 teriamos o ano do whopper ou o ano da barra Dove. 

 

A beleza da grande literatura, uma vez que consegue destilar, melhor do que qualquer outra coisa, a alma humana, é conseguir ser um portal para o futuro.

 

Os apoiantes desta medida dirão que não há qualquer mal neste negócio, porquanto servirár para financiar uma empresa pública com um enorme buraco financeiro.

 

A verdadeira questão é que as coisas actualmente deixaram de ter um determinado valor para ter apenas um preço. E quanto assim é onde será traçado o limite? Porque não vender o nome das ruas ou dos monumentos? A Torre Viagra dos Clérigos ou o Padrão dos Descobrimentos com Google?

Porventura uma das citações utilizadas mais vezes erroneamente será a de Marx "a religião é o ópio do povo". Recuando e lendo apenas a frase anterior percebe-se com uma maior clareza o seu contexto: "A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma das condições desalmadas. É o ópio do povo".

 

Marx não considera a religião como algo pernicioso, mas sim um analgésico que alivia a dor causada por um mundo injusto, atenuando as amarguras e privações quotidinas com a esperança numa eternidade passada no mundo celestial.

 

Desta forma, a sua crítica não passa pela religião per si mas sim pelo amolecimento e perca de urgência que esta provoca à luta terrena por melhores condições, por uma sociedade mais equalitária e justa.

 

A sociedade de hoje é mais laica e, apesar de tudo, menos desigual que a de meados do XIX. No entanto, os "opiácios" continuam a existir, mais diversificados (vida dos famosos ou futebol) mas continuam.

Igreja analisa "grau" de homossexualidade para anular casamentos. No entanto, ao contrário do que o Daniel escreve, isto comprova que a Igreja Católica sente o pulsar da sua congregação, em especial da comunidade gay.

 

Ora, parece-me que se não existissem graus nunca seriam utilizadas expressões como "ele é tão gay" ou ainda "ui, ela? Ela é completamente gay".

 

A única questão que se coloca é saber quão fiável é o gaydar sagrado, mas aqui vai uma sugestão:

 

 

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