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Dois Olhares

"Wovon man nicht sprechen kann, darüber muß man schweigen."

 Bem sei que é sina do Porto ser sempre a cidade mais fria do país no Verão e a mais chuvosa no Inverno. No entanto, não exageremos. Hoje pelas 10h a Antena1 anunciava que o Porto estava com 12ºC. Por momentos achei que estava doente pois trazia apenas uma t-shirt. Até que vi a temperatura - 20ºC. Passado hora e meia a mesma rádio dizia que a máxima para o Porto ia ser 25ºC quando às 11h30 já se encontravam 26ºC. Antena1! Vá lá. És a rádio nacional, deves ter pessoas nas cidades que te podem avisar dos disparates meteorológicos que dizes. 

Dita esta tontice, volto a desejar boa sorte ao CRG. Porque ele merece. E um exame com 26ºC é outra coisa. 

Em 1807, as tropas francesas, sob o comando do General Soult, invadiram, pela segunda vez Portugal, desta vez pela fronteira de Trás-os-Montes, avançando até ao Porto.

 

O seu rasto foi marcada pela pilhagem e pela violência, cujo exemplo mais trágico é a infame catástrofe da Ponte das Barcas. De forma a evitar as pilhagens, as populações escondiam o que podiam e o que conseguiam.

 

Os habitantes de Boticas, por exemplo, enterraram o seu vinho no chão das adegas, debaixo das pipas e dos lagares. Quando, finalmente, a paz se estabeleceu e as desenterraram, descobriram, para seu grande espanto, que o vinho se tinha alterado, mais saboroso, havia surgido um gás natural, que deu ao vinho um paladar mais leve.

 

Não estou a defender os benefícios da guerra, como Harry Lime, personagem do filme "The Third Man": 

 

Em Itália, durante os 30 anos da regência dos Bórgia, existiram guerras, assassinatos e derramamento de sangue infindos. Mas, esses mesmos 30 anos deram-nos Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci e o Renascimento. 
Na Suiça, houve amor fraterno, democracia e paz durante 500 anos. 

E que nos deram esses 500 anos? 

O relógio de cuco!

 

 

Apenas digo que nada, nem mesmo a guerra, é intrinsecamente má.

 

Por isso JSP não te sintas mal disposto. O segredo talvez seja evitar que em vez de sermos donos das coisas sejam as coisas donos de nós.

 Tenho conta no facebook, no Twitter, no blip, no hi5 e tenho o blog. Penso em 140 caracteres e a minha ginástica mental é tentar reduzir o texto quando ultrapasso este número. Tenho amizades apenas virtuais e sei mais depressa novidades de amigos via twitter do que numa conversa num café. Tenho um iBook, um iMac, dois iPods e vou ter um iPhone. Isto enquanto não inventarem mais is. Tenho um carro com ligação ao iPod. Tenho uma playstation e penso na wii. Tenho uma câmara hd, uma máquina fotográfica e o actual telmóvel tem câmara de 3.1 mp. Tenho dvds das séries e filmes que gosto e estou a par dos últimos episódios das séries americanas...

 

Hum, estou assim um pouco mal disposto comigo mesmo. Vou ali ao wc e volto já.

 

 

1 - O carro está na revisão. Devolvem-no à tarde. Espero que não o magoem muito.

 

2 - Está um calor estúpido. E saí de lá ás 9h30.

 

3 - Vi quatro INEMs a passar por mim em menos de dez minutos.

 

4 - A vizinha do primeiro andar que ponha menos perfume. Eu vivo no sexto e sei que o perfume é seu. Vamos lá ter calma nisso que o frasco é para durar até Dezembro.

 

5 - É tudo, vou descansar um pouco. Obrigado.

 

 

Um dos spots publicitários que acompanharam o meu crescimento e que, ao longo dos anos, permaneceu quase imutável foi os de Calgon.

 

A verdade é que essa publicidade coloca-me sérias interrogações sobre a verdadeira valência de tal produto. Senão vejamos: 

 

Porque raio há-de uma pessoa que ganha a vida a consertar máquinas de lavar roupa promove a venda de um produto que lhe retira trabalho?

 

Ok, aceito que seja uma questão puramente publicitária, até porque aquele senhor com bata que fala espanhol muito provavelmente é um actor.

 

Mas isso não explica porque é que sendo um produto que prolonga a vida da máquina de lavar roupa é recomendado pelas principais marcas dessas máquinas, cujo único objectivo é vender o maior número de máquinas possível!!!!

 

Um dos adágios moralistas mais conhecidos consiste em  "o crime não compensa".

 

No entanto, vou aproveitar este espaço para fornecer um conselho a todos os Irmãos Metralha por esse mundo fora: ao assaltarem uma casa, toquem à campainha e quando do interior perguntarem "Quem é?", respondam, muito sucintamente "Sou eu!".

 

Esta simples frase é o "Abre-te Sésamo" das pessoas honestas. Quem nunca respondeu desta forma ou abriu a porta com tal resposta?

 

Reflectindo, esta é uma resposta fortíssima. Este tom assertivo de quem afirma que é uma pessoa concreta, definida, sem qualquer dúvida identitária evidencia uma grande maturidade. "Sou eu!" tem uma enorme carga ontológica, contrapondo-se, por exemplo, à carga metafísica do "Ninguem!" de Garrett.

 

Voltando, porém, aos Irmãos Metralha receio que os seus problemas de identidade, como comprova o constante uso de máscaras, impossibilite esta estratégia.

 

Isso e o Tio Patinhas.

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