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Dois Olhares

"Wovon man nicht sprechen kann, darüber muß man schweigen."

 Às vezes acontece. Não ter de ir a Queluz e voltar. Falo de gostar bastante de determinado músico e por algum motivo não ter um cd dele, músicas dele no iPod, dvds... E às vezes é preciso alguém dizer "ouve isto" para nos fazer lembrar que gostamos mesmo daquilo. Foi o que aconteceu esta segunda-feira. Nesse dia tive de ir, (e reparem agora no armanço), a Queluz, à TVI, por causa de trabalho. Tinha de lá estar às 20h, às 21h estava despachado, e voltava então para Gaia. Ora, ir a Queluz sozinho era coisa que não me apetecia, então toca de telefonar a alguém para vir comigo. Qual foi a minha surpresa quando o único a dizer que sim a esta viagem maluca foi o companheiro de blog, o CRG. O único que trabalha das pessoas a quem liguei. Obrigado CRG. A certa altura ele liga o iPod dele ao meu carro. Vamos a viagem a ouvir as músicas dele. E a certa altura chega a Aretha Franklin. E lembro-me de pensar: porque raios não tenho eu um cd dela?! É que gosto mesmo disto!

 

 

E pronto, parece que se não contribuir activamente para a existência deste blog, serei afastada do projecto, convidam-me a sair ou perguntam: - “Então tu afinal ainda estás em força? Fazes parte? És da equipa?”

Ler os posts deixou de ser suficiente, há que participar, há que exercer uma cidadania activa em prol da defesa da democracia do blog e eu, como boa cidadã telecomandada, e porque estou a protelar umas quantas de tarefas, cá estou a escrever.

Quanto a Nova Iorque, que já foi há bastante mais tempo do que parece, devo um grande pedido de desculpas (semi-público) ao JSP, um companheiro de viagem muito paciente mas que eu acho que desiludi um pouco. Quem me conhece, sabe que eu gosto de viajar, é o meu vício e a minha perdição, o meu escape e a minha realização, quando não sei o que fazer lá embarco numa viagenzinha para animar os ânimos, coisa que, normalmente, funciona.

Por muitos e variados condicionalismos, esta viagem a dois a Nova Iorque conheceu alguns percalços; duvidámos muitas vezes se a devíamos realizar e apesar de, armados em optimistas, nos metermos no avião que não amarou, eu continuava a achar que não devia estar a fazer aquilo. Convenhamos - desempregada e com pouco fundo de maneio! A ida a Nova Iorque, era (foi) um abalo às minhas, já de si muito abaladas, finanças. Mas fui, com a certeza de que uma vez lá, nem sequer me lembraria dos ditos condicionalismos. A viagem correu muito bem, apesar do frio e do recolher um pouco prematuro e da nossa falta de visão no que toca à diversão nocturna... Por falar nisso Jorge, na Bleecker Str havia um teatro com espectáculos de stand-up comedy.

O certo é que, apesar de tudo, às vezes lá pensava que não devia estar ali e me senti culpada. Felizmente não influenciei o JSP ou ele disfarçou, aka mentiu, muito bem.

E como me estou a pôr em dia com os assuntos do blog:  – “Concordo com a mudança; ninguém está em Barcelona ou quer ir para lá.” Parece, aliás, que o plano geral é ficar pelo Porto, pela minha parte, garanto que até Abril terão a oportunidade de sobrepor a Torre dos Clérigos a uma imagem de qualquer outra cidade, ainda não sei qual mas alguma há-de ser.

Sim, porque ao contrário de algumas acusações recentes, eu nem sempre baixo os braços, nem sempre me queixo e quase nunca espero o pior. Penso no pior, o que não significa que ache que vai acontecer. E pelo meu percurso também é fácil adivinhar que já podia ter desistido há mais tempo, ter menos preocupações e contentar-me com muito menos do que o que sonhei. Se acho que o percurso é difícil? – Acho! Se também acho que em alguns aspectos é mais difícil para mim? - Sem dúvida! Mas se o sentimento de realização é recompensa suficiente... - Absolutamente! Só não sei dizer se não recompensaria mais se grande parte do percurso não fosse a solo...

Eu não me considero uma pessimista, quando muito uma optimista com grandes doses de realismo e, como é do conhecimento geral, cada um lida com as coisas à sua maneira. O facto de não falar delas não ajuda, ou a mim não me ajuda, tentei – aliás qualquer manifestação de fraqueza é para mim  uma derrota. Cheguei à conclusão de que não era solução e comecei a partilhar, se partilhei demais e se o que havia a partilhar era negativo? - Pode ser... Se pedi ajuda? - É verdade. Se me queixei e lamentei muito? E se estou a recuperar? - Claro que sim! E os projectos são mais do que muitos.

E é muito provável que isso tenha acontecido porque tirei muita coisa do sistema, porque me repeti até à exaustão, porque não aceitei por muito tempo e parti do princípio que quando estivesse a ser insuportável alguém me avisaria.

Parece que fui insuportável mas só o soube depois, tentarei não repetir a graça apesar de o ser insuportável me ajudar, sempre preferi a raiva à tristeza. Mas fico desde já avisada e agora só partilho as coisas bonitas, alegres e cor-de-rosa – acho que vou ter de vasculhar no baú. E, na minha muito modesta opinião, se já nos conhecemos tão mal, afinal o essencial é invisível aos olhos, não é por deixar de partilhar o pior de nós que tudo se acondiciona da melhor forma.  Além de que há muitos disfarces para um pedido, quiçá desesperado, de ajuda.

E agora as mudanças, e a palavra preferida do CRG – hercúlea ;)

Agrada-me saber que há tanta mudança na vida alheia, espero também que seja uma mudança desejada. Tenho este medo irracional de optar por caminhos que não escolhi, de facilitar mudanças que não previ ou desejei. Parece-me que, ao contrário do CRG, que está envolvido na mudança e que é parte da acção da mesma eu movo-me num mundo que me parece exactamente igual. Até eu permaneço igual e mesmo assim as peças que miraculosamente funcionavam nesse mundo imóvel e imutável deixaram de funcionar, terá sido a passagem do tempo?

Poderá existir algo como uma mudança devido à inacção? Ou melhor, mudança provocada pela imutabilidade?

Eu acredito que o Porto é a minha casa e, no entanto, aqui mais do que em outro lado, a minha vida “é um andar solitário entre a gente”.

PS – Eu não digo que a Scarlet não seja uma deusa moderna, ainda assim, não acho que a fotografia escolhida seja a melhor representação da figura. Compreendo, contudo, que as hormonas masculinas sejam “exigentes”...
 

Macacos me mordam se este ano não faço uma curta! Perguntou-me um amigo que vai exibir uma curta no fantas, "e tu, quando vejo a tua lá?". E eu, como sempre, para o ano, para o ano... Tenho mesmo saudades de todo o processo criativo, de escrever o argumento, de criar personagens, de chamar pessoas para trabalhar comigo, do trabalho com actores, da edição, do tratamento do som... E sobretudo, dos enganos, dos bloopers. Eles são inevitáveis em gravações. E quando há um motivo de riso no meio de tanta concentração é mesmo complicado voltar à personagem. Mas, olhando para trás... cum caneco, são das melhores recordações.

 

 

Em doze meses as minhas preocupações alteraram-se completamente.

 

Se antes ficava preocupado com o uso excessivo do Mariano e o sub rendimento do Quaresma, agora fico preocupado com o uso excessivo do Mariano, o sub rendimento do Lucho e ter dinheiro suficiente para pagar as contas da casa.

 

Sem esquecer a tarefa hercúlea de escolher tecidos para estofar os sofás. Como é possível com míseros quadrados de 5 cm2 de centenas de cores e de texturas escolher o ideal?

É que temos não só de imaginar como ficará o sofá como se condizirá com o tapete.

Confesso que a imaginação do nosso género fica muito aquém do necessário - o que explica, talvez, a indústria pornográfica - pelo que não pude auxiliar como devia.

 

Mas que posso fazer? Continuo a achar que sou um puto. Assim, como quando penso nos meus amigos. No fundo, não somos mais do que míudos imberbes, congelado no tempo em que os conheci.

 

E, porém, o que vejo são adultos a tentar encaixar numa sociedade sem espaço, afectados pela maior crise económica desde a Grande Depressão.

 

Mas nem tudo é mau pertencer a esta geração. Temos a invenção das low-cost, internet, Kindle, ipod e a musa do W. Allen em vez da inefável Mia Farrow é a Scarlet.

 

Ah e a wii e a wii...

 

Estas são o tipo de bolachas que não consigo parar de comer. Se houver um pacote de Belgas choc cá por casa é bem provável que acabe de um dia para o outro. E porquê? Bem, comecemos pelo início. Eu, e como a maior parte das pessoas, iniciei-me no mundo Belgas com as bolachas normais de manteiga. E durante algum tempo são boas, agradáveis. Mas, com o passar do tempo, tornam-se como as bolachas de água e sal, ou as bolachas Maria - apenas uma recordação das bolachas que costumava comer quando era míudo em casa dos avós. Então começa a procura por novas bolachas, novos vícios que me ocupem a barriga às tantas da manhã enquanto vejo séries de tv. Foi assim que descobri as Belgas choc e não mais as larguei. Elas são iguais às belgas normais mas com uma cobertura de chocolate. Mas só esse facto não chega para explicar o vício. Os senhores das Belgas foram inteligentes e disseram assim: "Nas belgas choc em vez de 4 bolachas por pacote vamos só oferecer 3". Ah, sacanas. É que reparem, 3 é pouco. Mal acabo o pacote, tenho necessidade de abrir outro. E depois do segundo pacote penso que já vou em 6 bolachas, mas  se tivesse nas belgas normais já ia em 8 bolachas e como tal posso abrir outro pacote. E assim sucessivamente. E há um outro factor determinante. Eu acho mesmo que os senhores das Belgas antes de colocarem as bolachas à venda atiram os pacotes de um vigésimo andar. Só assim se explica o facto de elas virem sempre todas esmagadas. Ora, e o que acontece comigo? Pois abro eu o pacote, vejo que estão esmagadas, como-as, e parto para o outro pacote na expectativa que finalmente vou encontrar uma bolacha inteira. E se isso não acontecer, há sempre outro pacote...

Um vício.

O cd dos doismileoito chegou aos mercados no dia 2 deste mês. Parece mentira, já ando a ouvir falar do albúm faz já algum tempo. Malta da Maia, do Novo Rumo, do círculo de amigos da minha prima. Bom albúm. Dia 13, no plano b, lá estarei.

 

 

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